Histórico
O Programa de Pós-Graduação em Ciência de Alimentos (PPC) da Universidade Estadual de Maringá (UEM) foi criado em 2010, no âmbito do Centro de Ciências Agrárias (CCA), com o objetivo de suprir uma lacuna institucional e regional na formação avançada em Ciência de Alimentos. À época, a UEM já contava com diversos cursos de graduação voltados à área (Engenharia de Alimentos, Tecnologia de Alimentos, Agronomia, Zootecnia), além de programas de pós-graduação consolidados em Agronomia, Zootecnia, Engenharia Química e Biologia. No entanto, inexistia um programa stricto sensu voltado especificamente à formação de profissionais para atuar ao longo de toda a cadeia produtiva e de transformação de alimentos, integrando os diversos elos e saberes do setor.
A criação do PPC-UEM teve como fundamento estratégico três pilares principais: (1) a vocação da região Noroeste do Paraná, onde está inserida a UEM, como polo agroindustrial e agroalimentar de relevância nacional; (2) a reconhecida capacidade da universidade na formação de profissionais de excelência em todas as áreas da cadeia produtiva de alimentos; e (3) a escassez de programas de pós-graduação na área, sendo que, na ocasião, apenas a Universidade Estadual de Londrina (UEL) mantinha um curso semelhante no norte do estado.
Desde sua recomendação inicial pela CAPES com conceito 4 para Mestrado e Doutorado, o PPC demonstrou rápida evolução, atingindo conceito 5 no quadriênio 2013–2016. No quadriênio posterior retornou ao conceito 4. No entanto, com base em um planejamento estratégico sólido, alinhado ao Plano de Desenvolvimento Institucional (PDI) da UEM e às diretrizes da CAPES, o programa busca consolidar-se novamente como centro de excelência na formação de recursos humanos, produção científica de impacto e inovação tecnológica.
Ao longo dos anos, o PPC consolidou uma estrutura curricular robusta e atualizada, com disciplinas integradas às linhas de pesquisa e projetos desenvolvidos. Em 2021, as linhas de pesquisa foram reorganizadas, permanecendo uma única área de concentração — Ciência de Alimentos —, e estruturando-se em quatro linhas:
- Bioquímica e Biotecnologia em Alimentos;
- Extração, Caracterização e Aplicação de Compostos Bioativos em Alimentos;
- Microbiologia e Segurança de Alimentos;
- Qualidade e Inovação no Processamento de Derivados de Animais, Vegetais e Resíduos.
Essa reformulação fortaleceu o caráter interdisciplinar do programa, que reúne docentes com formações em Bioquímica, Farmácia, Nutrição, Engenharia de Alimentos, Química, Agronomia e Zootecnia, refletindo a transversalidade da área de Ciência de Alimentos e ampliando sua capacidade de atuação em frentes inovadoras como alimentos funcionais, sustentabilidade e biotecnologia de resíduos.
Até o final de 2024, o PPC-UEM titulou 146 mestres e 119 doutores, com uma média anual de 11 mestres e 9 doutores formados desde sua criação. No quadriênio 2021–2024, a produção científica do programa totalizou 460 artigos científicos publicados em periódicos, sendo 69% em revistas classificadas nos estratos A1 a A4 do Qualis-CAPES. Também foram produzidos:
-67 capítulos de livros,
-2 livros,
-50 resumos em congressos,
-2 patentes depositadas,
-2 patentes concedidas;
15 entrevistas ou palestras técnicas, ediversos cursos e eventos de extensão com forte participação discente.
O corpo docente apresenta alto nível de qualificação: 82,4% dos docentes permanentes possuem bolsas de produtividade em pesquisa do CNPq (níveis 1, 2 ou sênior). A média do índice H dos docentes permanentes, segundo a Scopus, foi de 22,4 no quadriênio.
Os egressos do PPC têm atuação destacada em universidades, centros de pesquisa, órgãos governamentais, indústrias alimentícias e startups de base tecnológica. De acordo com levantamento realizado com egressos titulados entre 2016 e 2024:
95% encontram-se empregados ou atuando em pós-doutorado;
20,9% trabalham na área acadêmica;
33,8% em instituições privadas do setor produtivo;
28,4% como autônomos ou empreendedores;
2% atuam em instituições no exterior.
Além disso, projetos como o de liofilização de leite humano e o melhoramento genético de tilápias, coordenados por docentes do programa, demonstram o impacto direto do PPC na saúde pública e no setor produtivo nacional, com resultados reconhecidos por instituições como SUS, Embrapa e Governo do Estado do Paraná.